Outro dia, tomando banho com o Antônio, tentei corrigi-lo pela última vez quanto ao emprego do pronome oblíquo "mim" como sujeito do verbo no infinitivo.
Ele me disse: "Papai, pega o sabão pra mim lavar o chão".
Como de costume, repeti sua frase de acordo com os padrões cultos da língua portuguesa (embora Celso Cunha e Lindley Cintra, autores de minha gramática predileta, já autorizem o uso da forma oblíqua) dizendo: "Para eu lavar o chão".
E é claro que ele retrucou: "Não, papai, não é para você; é para mim lavar".
Acho que esta competência para perceber a distinção ele só vai adquirir depois dos cinco anos.
Por ora, desisti.
No entanto, ele já é capaz de perceber as palavras que saem errado. Por exemplo: hoje ele tentou dizer "esmagar" e saiu "esgamar"; além do mais, ele ainda não consegue pronunciar o "r" entre consoantes (diz "tiste", "pato" e "bulaco" ao invés de "triste", "prato" e "buraco") e ao final da palavra o "r" tem som de "i" ("apontador" soa "apontadoi"). Minha família, em especial minha mãe e meu tio Betão, adoram ouví-lo falar errado. E realmente é engraçadinho. Mas eu não me dobro e sigo repetindo corretamente depois dele: ele me pede para desligar o "computadoi" e eu digo que já vou desligar o computadoR.
Bom, voltando ao banho, chamei a Mi para enxugá-lo e, então, ele fez alguma coisa errada (faz apenas três dias e não me lembro). A mãe o repreendeu e ele começou a chorar sentido. A Mi tentava explicar, mas ele repetia sem cessar: "Mamãe pála de fala, eu já sei de tudo... eu já sei de tudo... eu já sei de tudo, mamãe".
O pior é que as vezes eu desconfio que eles sabem mesmo. Nós é que não.
São só surpresas com esses pequenos!
ResponderExcluirOutro dia Enzo me perguntou se eu estava feliz!
E naquele momento eu não estava mesmo, mas não quis dizer que não então respondi: Mais ou menos!
E ele olhou pra mim e disse:
Posso te dar um abraço então?
Me desmontei!!!
E o se:
ResponderExcluir"Mamãe vou se troca."
"Mamãe já se arrumei."
Perdi a conta de quantas vezes corrigi a C.
Bjs "pros" quatro.