quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dia Nacional contra a covardia

Já tentei aqui esclarecer as razões pelas quais sou radicalmente contra bater em crianças. Escrevi o texto Bati no meu filho...  defendendo a aprovação do Projeto de Lei 7.672/2010 (ainda em tramitação na Câmara) que pretende proibir o uso de “castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”.

Na época fui interpelado por algumas mães responsáveis e, tenho certeza, carinhosas com seus filhos. No fundo, ao afirmarem que “às vezes é necessário bater” revelavam já a insegurança quanto a utilidade dos tapinhas. Bem no fundo, todo pai e mãe, minimamente consciente, sabem que só bate em criança quem perde o controle.

Mas é difícil admitir. É duro constatar tamanha covardia. Por isso, respondia a essas mães, como consolo, que a proibição procurava alcançar casos muito mais graves. Por exemplo: maus-tratos em abrigos, espancamentos dentro de casa, castigos nas escolas, etc. Citava até o assassinato da Isabela Nardoni.

Provavelmente diminuía a força dos meus próprios argumentos recorrendo a esses exemplos extremados.

Infelizmente, hoje assisti num telejornal um “pai” espancando dois de seus filhos. As imagens, fortes, dizem tudo: http://www.youtube.com/watch?v=bFsUgBmYHmM


O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei Federal 9.970/00. A data marca o crime bárbaro que chocou o país em 18 de maio de 1973, em Vitória/ES, e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade que foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune. A intenção do 18 de maio é destacar a data para mobilizar e convocar toda a sociedade.

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