Já contei aqui algumas passagens daquele período, em 2009, no qual (sobre)vivi entre Brasília e Catanduva sem a Mi e os meninos. E pior do que a "separação", foi viver durante meses sem qualquer perspectiva de que pudéssemos novamente passar a semana toda (e não só os fins de semana) juntinhos.
Meu cunhado, que me levava a Rio Preto para pegar o ônibus aos domingos a noite, ainda hoje diz que ficou de coração partido (e compreendeu o nosso drama) quando presenciou os meninos aos prantos, abraçados à perna da Mi na escada do Prédio, pedindo que eu ficasse.
Eles choravam sentidos, profundamente. Mas era eu o menino abandonado e desolado.
Agora, não nos sentimos mais assim. Como diz a música, "ter saudade até que é bom, melhor do que caminhar sozinho". Temos saudades, muita e de doer. Mas temos, principalmente, perspectiva de futuro. Isso é fundamental. Sem a presença constante e rotineira do amor entre pais e filhos fica difícil manter uma família, mas sem futuro, isto é, sem que consigamos ao menos projetar a convivência familiar para "depois" (quem sabe amanhã ou em breve ou no ano que vem...) sequer é possível pensar em família.
Muito em breve estaremos todos juntos, novamente, vivendo no PlanaltoCentral.
Ainda hoje vou ouvir mais uma vez o Antônio me pedindo pra ficar e, depois, me dizendo que eu não posso viajar sem antes fazer tudo o que combinamos (a lista de brincadeiras e atividades nunca acaba). E quando digo que não dá mais tempo, ele fala que eu o enganei (na segunda, amanhã, é a primeira coisa que me dirá ao telefone). O João, por outro lado, me abraça o tempo todo e de tardezinha se aninha no meu colo feito um gatinho ressabiado. Contudo, ambos sabem -- do alto de seus 4 e 7 anos -- que eu sempre vou voltar, que eu nunca vou deixá-los e que daqui a pouco virei buscá-los para mais uma aventura.
O tempo do abandono desolado de menino é passado. Porque o grande amor é presente e, para nós quatro, é o futuro também.
Nossa que triste. Mas já passou, né? Acho que ainda não entendi direito porque vc não mora com sua familia. De todo modo fiquei comovida com sua declaração de amor e tb aliviada por saber que em breve todos estarão juntos. Vou fazer figas pra que tudo saia bem. Bj, Bia
ResponderExcluirPS: Meu comentário anterior ficou como anônimo não porque.
A frase "abandono desolado de menino"é especialmente comovente. E que, então, venha o futuro; logo.
ResponderExcluirCarina