domingo, 10 de julho de 2011

I-n-c-o-n-f-e-s-s-á-v-e-i-s (o que os pais pensam, mas não tem coragem de dizer)

Na quarta-feira passada, um dia depois de se consumar nossa mudança para Brasília, o Antônio me disse, enquanto ele fazia cocô e conversávamos sobre a vida (como de costume), que estava com muita saudade do Colegião.
De bobeira eu ainda perguntei: "Mas, é saudade de Catanduva ou apenas de algum amiguinho em especial?".
"Ah, papi, de todo mundo, mas mais do João Galera", repondeu sinceramente.

Aí, pela primeira vez, me dei conta que a melhor opção para minha família era verdadeiramente minha morte.
Sempre fiz piada com isso. Vira e mexe acabava dizendo pra Mi que caso eu morresse ela ficaria muito melhor: sem mim, com pensão integral e ainda morando com os pais em Catanduva.
Entretando, nunca havia levado a sério essa brincadeira mórbida.
Até perceber o quanto nossa grande família (avós, tios, primos e amigos) é necessária para a felicidade dos meninos.
Fiquei derrubado.
Pensei numa alternativa menos drástica -- como ficar tetraplégico, me aposentar e irmos todos morar definitivamente em Catanduva --, porém, somente com a morte eu me transformaria numa solução, em absoluto.

Bom, de lá pra cá, quatro longos dias se passaram e para minha alegria a Mi já me diz que está muito feliz com o novo apartamento (apesar da vizinhança), as professoras da Moara nos receberam de braços e corações abertos, o Antônio voltou a dizer que somos irmãos gêmeos e o João Pedro já parou de roer unha.

É... tudo indica que viverei mais uns anos.

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