quinta-feira, 10 de março de 2011

A babá dos meninos

É muito provável que, em breve, nos mudemos para Brasília. De volta à cidade em que os meninos nasceram. E crescerão, se tudo der certo, pelos próximos quatro anos.

Aos poucos, eu e a Mi, vamos tentando convencê-los (e nos convencer) de que a vida lá em Brasília pode ser tão feliz quanto tem sido para todos nós aqui em Catanduva. Apesar da distância dos avós, dos tios, das pessoas bem-próximas, dos amiguinhos, dos bichos da chácara, enfim, de quase todos os que nos amam e amamos enormemente [diante dessa relação de afetos e de apreços não há convencimento que prevaleça].

Ainda bem que estamos tendo um tempo para que as primeiras emoções (de perda, sobretudo) se assentem e os sentimentos duradouros possam se estabelecer.

Para o Antônio e seus 4 anos tudo já parece estar resolvido. Foi só lhe dizer claramente que dessa vez todos voltaríamos juntos, isto é, que o papai não se mudaria sozinho. Não que ele não vá sentir falta dos avós e das pessoas que o amam, mas para ele o mundo ainda se completa apenas com o papai Du, mamãe Mi e o Dedé.

Já o João é outra história. Vejam só. Dia desses, a babá dos meninos nos contou que ele pediu a ela que o adotasse para que ele continuasse morando em Catanduva. Ele foi rápido demais, pois a Tata, que é como os meninos apelidaram a Alaídes, acabara de se casar e o João, certamente considerando esse fato, logo concluiu que ela e o marido iam “precisar” de um filho. “Eureka!”, deve ter pensado (com outras palavras).

Por incrível que pareça eu fiquei super feliz. Primeiro, é óbvio, por saber que o João já é capaz de elaborar um raciocínio tão complexo. E depois fiquei feliz pela Alaídes, pelo reconhecimento que ela obteve na avaliação dos meninos, que é o mais importante. Sim, foi também uma manifestação de apego aos nossos familiares e de satisfação em relação à vida que levamos por aqui, porém o pedido do João Pedro foi essencialmente uma declaração de amor à sua babá.

E se o Antônio tivesse os 7 anos do João certamente diria o mesmo. Porque a Tatá realmente merece. A Alaídes fez por merecer o amor e o carinho dos meninos.

Sua responsabilidade é admirável. Sua disposição em aprender e fazer sempre melhor é surpreendente. São vários os exemplos que me parecem digno de nota. Registro apenas o mais recente: Tive de viajar com a Emiliane às pressas para Brasília de um dia para outro. Por alguma razão, que não me lembro, não deu para deixar os meninos com os avós ou com um dos os tios. Pedimos então à Tata que chegasse em casa até às 6 horas da manhã do dia seguinte para que não perdêssemos o vôo que partia às 7:15h de Rio Preto. Mesmo confiando em sua responsabilidade, resolvi deixar minha mãe de sobreaviso para qualquer eventualidade. Contudo, às 5:45h a Tata já estava nos esperando no sofá.

E pensar que ela não tem nem 20 anos.




Pois é por causa dessa “menina” que hoje chego a reconsiderar minha oposição veemente à terceirização dos filhos. Há casos em que uma babá excelente pode (e deve) realmente substituir, total ou parcialmente, pais e mães que têm muito dinheiro e nenhuma educação.

Aliás, por oportuno, vou tocar nesse assunto na próxima postagem.

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