sábado, 26 de março de 2011

Salve São José, padroeiro da paternidade (e deste blog)


Está fazendo uma semana que São José (19 de março) fez “aniversário” e eu ainda não consegui prestar, isto é, postar minha homenagem ao santo de minha devoção.
E, a partir de hoje, será também o santo padroeiro deste Filhosofias (seguido por Xangô e por São Jorge de Ogum).

Não sei ao certo se poderia dizer que tenho fé em São José. Em meu sincretismo ateu acho que já não existe mais essa palavra, pelo menos não com um sentido divino: porque só consigo ter fé naquilo que nós, os seres humanos, somos capazes de produzir de bom; como por exemplo, a idéia de que existe um Deus que nos livra dos males e faz da morte apenas uma indispensável condição para a vida eterna.

Mas sem dúvida alguma sou fã desse cara. Considerando tudo o que dele dizem os evangelhos (incluindo os apócrifos), José foi um baita de um Pai pra Jesus. Fico inquieto só de pensar no que ele teve de fazer na noite do nascimento de Jesus numa gruta no meio da nada para poder dar comida à sua mulher e ao recém-nascido e ainda por cima manter os animais com seus piolhos e carrapatos relativamente afastados. Além do mais, embora ninguém fale sobre o parto (nem o Leonardo Boff no livro que me serve de referência São José, a personificação do Pai), tenho certeza que foi São José quem amparou Maria e quem cortou o cordão. Se você é um carpinteiro ou um advogado e teve a honra de fazer o parto de seu próprio filho sabe o quanto é difícil lidar com todo aquele sangue, com o cheiro de entranhas, com a placenta... enfim, salve São José.

Esta imagem, que estampa a contracapa do mencionado livro de Leonardo Boff e que é uma pintura da Igreja de Saint François du Lac no Quebec, diz tudo sobre São José e sua relação com o menino-deus. Porque nela Jesus dorme serenamente enquanto é carregado por seu pai numa demonstração evidente de que tem segurança e amor.


“Segurança e amor” trata-se duma síntese bastante apertada, mas muito adequada ao que nós, os pais, deveríamos representar para os nossos filhos.

Acho que é por isso que trago sempre comigo uma pequena imagem em madeira de São José. Levo para todo lugar que eu vou, não como um amuleto mágico capaz de evitar que o avião caia ou que receba elogios ao fim de cada trabalho (tem muito católico que adora transformar o seus santinhos em verdadeiros muiraquitãs, como os índios do baixo-amazonas). São José vai comigo para me lembrar de duas coisas muito importantes: a primeira é que eu fui amado por meus pais (que me deram a estatueta) tanto quanto José amou a Jesus e a segunda é que devo amar a meus filhos tal como fui amado e como José ensinou.

E para finalizar esta minha louvação, a música postada abaixo se chama José. Já foi cantada pela Rita Lee, mas para mim encontrou a sua mais perfeita expressão na interpretação do Grupo Galpão, quando da encenação da peça de teatro “A Rua da Amargura”. E, é claro, foi essa música que tocou quando eu entrei de braço dado com minha mãe para me casar com minha Mi. E como não poderia deixar de ser o Antônio e o João Pedro gostam muito dela.

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