Em 2003, no ano em que o João Pedro nasceu, muitos amigos nossos também tiveram filhos ou ficaram grávidos.
Já naquela época costumava associar esse "babyboom" em nossa turma como o renascimento da esperança que, para a maioria dos brasileiros, havia ocorrido com a eleição de Lula Presidente.
Para quem não tem muito interesse por política, mas nutre uma certa rejeição preconceituosa pelo Lula (e pelo PT), provavelmente não vai compreender e muito menos aceitar a relação que há anos estabeleci entre sua eleição, o despertar da esperança e a chegada do João e outros tantos novos companheiros.
E no entanto para o nosso círculo de amigos, para a nossa turma, foi mais ou menos assim que tudo aconteceu: primeiro fomos fecundados pela esperança de um país melhor e mais justo, principalmente para os mais pobres, e depois fomos namorar para produzir os moleques e as meninas. Dizia, como minha poesia panfletária, "lá fomos nós semear a esperança" (como esta dente-de-leão aí da foto que é o símbolo do blog). Por isso, acabei batizando as crianças que nasceram ou foram concebidas no período 2002-2003 de "Geração esperança".
Pelo menos no meu caso -- que levei um susto danado com a gravidez -- o slogan da vitória "A esperança venceu o medo" faz todo sentido.
Mas só toquei nesse assunto de "esperança" para poder abordar um outro tema. O avesso desse. E, portanto, triste.
Acontece que bastou eu lembrar daqueles anos de euforia e alegria para que perdesse por completo a vontade de falar de outra coisa.
Acontece que bastou eu lembrar daqueles anos de euforia e alegria para que perdesse por completo a vontade de falar de outra coisa.
Pensando bem, se eu parar por aqui até dá tempo de pular carnaval com a Mi e os meninos... E cantar com toda força: "Tristeza, por favor vá embora. Minha alma que chora..."
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