domingo, 29 de agosto de 2010

I-n-c-o-n-f-e-s-s-á-v-e-i-s (o que os pais pensam, mas não têm coragem de dizer)

Tenho uma amiga, amiga de verdade, que me disse um dia desses — como se formulasse uma teoria a respeito — que o pai é dispensável na formação dos filhos. Por filhos, entenda-se apenas meninos, pois tratávamos dos meus e do dela.
Fiquei ofendido. Claro. Mesmo sabendo que, no fundo, ela apenas estava se referindo à sua experiência com o bunda-mole do “pai” do seu menino.
E disse mais: afirmou categoricamente que o exemplo natural de masculinidade que o pai costuma oferecer aos meninos (ela deve ter lido aquele livro “Criando...”) poderia “muito bem” ser dado pelo avô, pelo professor de natação, pelo tio-estudante e por alguns bons amigos.
Evidentemente ela estava tentando me agradar ao me incluir entre os amigos que poderiam “servir de exemplo” para o seu filho.
Deveria ter deixado pra lá e me contentado com a concessãozinha que ela me fez em nome de nossa amizade.
Mas... confesso que não consegui me conter. Ela havia passado dos meus limites.
Acho que de um jeito meio agressivo acabei respondendo que até acharia normal se ela externasse seu sentimento de culpa e sua frustração por ter escolhido um imbecil como pai de seu filho. Falei que seria muito mais fácil para mim tentar consolá-la dizendo que não há culpa nesses casos e que, talvez, o imbecil pudesse ser ungido retardadamente pela paternidade ou então, se nem os anos o fizessem mais responsável, o merda pelo menos serviria de péssimo exemplo para o rapaz que seu filho haveria de ser.
Agora não podia aceitar que ela dissesse uma bobagem daquelas. Uma estupidez, uma grosseria gratuita não só comigo, mas também com outros pais amigos nossos.
Devia ter encerrado por aí, calado a boca. Mas como minha esposa não estava comigo, concluí dizendo que não teria dito uma única palavra, sequer teria feito piada de sua tese estúpida, se o resultado de tudo isso não fosse uma baita injustiça praticada por ela contra seu próprio filho, pois é visível que o menino “procura o pai” em cada homem que dele se aproxima, revelando uma carência de dar dó.
Ela encheu os olhos d’água, ficou profundamente magoada e sumiu da vida da gente.

Minha esperança é que ela leia essa postagem (ou alguém leia para ela), reflita e volte.

Um comentário:

  1. Tomara que sua amiga reflita mesmooo...
    Quando criança (apesar de ser menina) sempre procurei um pai - o meu morreu qdo estava ainda na barriga de minha mãe - hoje sei que procurava um modelo que me fizesse esteriotipá-lo, colhendo "pedaços" que me agradasse (isso é bom ou ruim?). Depois veio meu padrasto e amenizou bem.
    Criança não vivi de "exemplo natural de masculinidade", e nem precisa ...

    Precisa de pai e mãe!!!

    Se ainda dá tempo procure seu(ua) parceiro(a) pensando também em sua próxima geração... Os filhos agradecem!!!!!

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