sábado, 25 de setembro de 2010

Por ocasião do Dia mundial sem carro

Quarta-feira desta semana, 22 de setembro, foi o "dia mundial sem carro".
Um movimento, que cresce a cada ano (também) no Brasil, pela redução do número de automóveis e pelo aumento da utilização de transportes menos poluentes.

Há dois anos participo, principalmente porque dá pra envolver os meninos como se fosse uma grande brincadeira, uma farra, uma subversão da rotina. É o sentido que temos atribuído à mobilização.

Ano passado fomos todos de carroça para a escola. Maior curtição. Por dez reais, o Seu Constantino e sua égua Sabrina nos proporcionaram um passeio divertido e deslumbrante pela cidade. Fizemos a alegria dos meninos, a nossa e de um bocado de coleguinhas que nos viram maravilhados estacionar entre carros e carrões.

Pena que neste ano não deu. Embora estivéssemos forçosamente sem nosso carro (está quebrado na oficina), tivemos de recorrer a um carro alugado para dar conta da correria. Só daria para substituir o automóvel por um helicóptero. Enfim, não deu. Paciência, mas em compensação prometo que até dezembro vou buscá-los uma quatro vezes de ônibus e de bicicleta na escola.

Para os meninos não vai fazer nenhuma diferença e tampouco ao meio ambiente.
Talvez seja até melhor não envolvê-los no movimento para que eles não sejam alvo fácil da publicidade ecologicamente correta. Sou radicalmente contrário que a criança seja submetida a essa publicidade de advertência sobre a degradação do meio ambiente. Acho terrorismo barato ficar martelando na cabeça de um menino de 6 anos que ele não pode brincar com àgua porque senão vamos todos morrer de sede. É sacanagem exigir de um menininho tamanha consciência ecológica.

Se o Manuel de Barros cresceu infantilizando formigas, porque é que meu filho não pode passar a infância fazendo xixi em formigueiro? Se eu fosse sexólogo diria que esse esforço de acertar bem no buraquinho do formigueiro é um exercício fundamental para o desenvolvimento da sexualidade.

Sério, quase sempre vibro com a ousadia do GreenPeace e com as ações da WWF, mas não posso deixar de dizer que em termos pedagógicos suas campanhas e publicidades são danosas à infância e tão eficazes quanto a palmatória. Só não são piores do que a propaganda de brinquedos e alimentos destinados às crianças.

Aliás, vou logo dizendo que contra essa publicidade abusiva, que se aproveita "da deficiência de julgamento e experiência da criança" (§ 2º do art. 37 do Código de Defesa do Consumidor), estou há algum tempo em pé-de-guerra. Vou, inclusive, aproveitar a deixa para postar o trailer de um documentário excelente do qual tive a felicidade de participar. Realizado pelo Instituto Alana "Criança, a alma do negócio (Brasil)", dirigido por Estela Renner e produzido por Marcos Nisti da Maria Farinha Produções.

Um comentário:

  1. Olha Du, não seje tão radicalmente contrário a consciência ecológica, também sou contra a exageros, faça sua parte devagarinho, as crianças precisam ter limites sim, elas agradecerão os pais que a ajudaram. E quem melhor do que nós para auxiliá-los.
    Veja a torneira, a Cecília sabe que quando escova os dentes tem que manter a torneira fechada quando não precisar de água, mas ela demora quando "me ajuda" lavar a louça, ela está usando a água em demasia mas não sabe disso, eu sei que não poderia deixar (ecologicamente) mas não posso permitir que ela faça rápido o que não consegue ainda. Não vou privá-la do a deixa feliz, é uma farra a combinaçao de água e espuma.

    Ponderação é a alma do negócio.

    Ah, como mulher nunca soube dessa história ai do buraquinho do formigueiro, haha, quando ver o Murilinho tentando acertar a mira vou lembrar de você!!!!!

    Bjs "pros" quatro...

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